quarta-feira, 8 de julho de 2015


A aparição se aproximou. Era impressionante. Radiava luz, energia... Possibilidades infinitas. Luzes menores se agitavam dentro da Luz maior. Quando me tocou, achei que ia explodir, de tanta energia contida. Pensei que nenhum ser humano resistiria o toque de um Ser dessa envergadura... mas ele parecia saber exatamente o que estava fazendo...

Era uma presença masculina incrivelmente forte, o Senhor do Universo... e, ao mesmo tempo, transmitia a leveza e a alegria de uma criança.

Como podia ser adulto e criança ao mesmo tempo?

Como?

Quem era Ele?

E foi então que ouvi a sua Voz...

“Eu sou o Último. O que começou com a Primeira termina em mim. As possibilidades infinitas Dela tomam forma em mim. Os sentimentos infinitos Dela tomam forma em mim. Os pensamentos infinitos Dela tomam forma em mim.

Sou o Senhor das Formas. Tudo o que você puder imaginar, posso criar. E aquilo que sua mente é incapaz de imaginar, posso criar também.

Está desconcertado com as Luzes à sua frente, meu filho? São seus irmãos e irmãs. Vinte e dois irmãos e irmãs. Observe-os. Sinta-os. Ame-os. Um dia criará Universos com eles! Porque você é uma das minhas criações e também é um Criador.

E por isso você me conhece e Eu te conheço.

E Eu e você somos um.

E você e seus irmãos são um.

Porque todos vocês surgem de Mim, dos meus pensamentos, da minha Alegria, que é um reflexo da Alegria Dela.

E portanto, igual do que Eu, vocês surgiram da Alegria Dela.

E não existe Nada além Dela, porque Ela é Tudo.

Então agora vá, criança! Corra! Brinque! Curta!

Viva com Alegria!

Porque construí um Universo para você!

Nunca se esqueça disso...”

terça-feira, 30 de junho de 2015

Sephira Primeira


A Chegada da Deusa


Então ouvi aquela Voz que nunca tinha ouvido antes... e que conhecia desde sempre. A Voz Dela, ressoando desde todos os cantos do Universo:


“Ouça!

Eu sou a Primeira, a Primogênita. Alguns de vocês me chamam “Sephirot”... mas como poderiam me chamar de “algo”? Eu surgi do Nada. Seria que, então? Algo? Como pode Algo surgir do Nada? E, entretanto, estou aqui. Você não pode conhecer-me... e, entretanto, me conhece. Você não pode imaginar como sou e, entretanto, sabe como sou. Não poderia amar-me e, mesmo assim, me ama.

Porque Eu sou a Origem de Tudo. O Universo está dentro de mim. Tudo o que foi criado, tudo o que será criado, tudo o que existe no que você chama “Agora”... Tudo está no meu interior.

E também no exterior...

Você não tem nem como me imaginar... mas de algum modo quer me imaginar. Isso porque você e tudo e todos à sua volta, são meus Filhos. Tenho todos vocês e o Universo inteiro no meu interior... e, entretanto, sou sozinha....

Mas como poderia ser sozinha se levo todos vocês no meu interior? Sou a Vida mesma. Sou o Sopro da Vida... Você me conhece, mesmo quando acha que não pode me conhecer.

Entenda: Eu sou Você. Estou no seu interior... e estou à sua volta. Sou a poderosa batida do seu coração... e sou o vento estelar que é emitido por gigantescas estrelas. Sou um dos átomos do seu corpo... e sou a formidável Singularidade que pulsa no coração da sua Galáxia, devorando estrelas.

Quer me conhecer realmente? Entre dentro de você mesm@. Busque no seu interior, bem no centro, no lugar mais importante desse corpo que criei para você:


No seu coração...”
A Criação



Como foi criado o Universo? O Sepher Yetzirah é claro nesse ponto:


Dez Sephirot do Nada e Vinte e duas Letras de Fundamento.


Dez Mundos que surgiram do Nada e vinte e duas Energias de Comando, de Projeção e de Conexão. Para conhecer a Cabala e poder entender como funciona o Universo (e como funcionamos nós mesmos), precisamos conhecer cada um desses mundos e cada uma dessas energias. Pode parecer muito, mas toda caminhada começa com um primeiro passo... e o Caminho está à nossa frente. Demos o primeiro passo então.



No próximo post vamos conhecer a Origem de Tudo: a Sephirot Primeira...
A Criação do Universo


A partir de amanha vamos a viajar pelo processo da Criação, mas não através a forma concisa e dura do Livro da Criação. O Sepher Yetzirah é maravilhoso, mas é um manual. E manuais são secos, sem cor nem calor. Não. Para conhecer o Universo precisamos Ciência, Imaginação, Poesia, Amor... Arte! O toque Feminino da Deusa...


Então a partir de agora faremos algo que os antigos Mestres faziam: Deixar os seres que formam o nosso Universo falarem, para que eles possam contar-nos como foi (e como continua sendo) o processo da Criação. Existem Trinta e Dois Seres que formaram e, dia a dia, dão forma ao nosso Universo. Cada um deles tem uma personalidade, uma profundidade... Cada um deles é um universo em si. Mas eles sempre estão ai... sempre estiveram ai.


Antigamente sabíamos como falar com Eles... depois, milhares de anos atrás,  a Escuridão caiu e essa Arte foi perdida... Agora, à medida que a Luz aumenta, as Artes Antigas estão voltando... e com elas a Arte da comunicação com os Gênios da Cabala, com as Sephirot e com as Letras.


Sim, as Artes Antigas estão voltando... e com elas volta a magia de um mundo multidimensional, colorido,  profundo, misterioso e mágico... Como disse um dos meus alunos: “Cada vez que você me conta que descobriu uma técnica nova, ela tem mais de cinco mil anos...”. Mas é verdade: as “Novas técnicas” são em realidade técnicas e conhecimentos que esquecemos nos últimos milhares de anos.


Já está na hora de voltar usar essas Artes... de voltar a criar esse mundo!


O Caminho está aberto novamente para todos aqueles que queiram percorrê-lo... tal como era milhares de anos atrás...



Vamos percorrer ele juntos?

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A Cabala da Deusa

Por que uma Cabala da Deusa?

A Cabala é uma forma magnífica de nos aproximar do Universo, de falar com Deus. E podemos fazer isso com suficiente tempo e estudo. Uma tradição de mais de cinco mil anos que já formou inúmeros mestres, que se manteve quase inalterada ao longo desse tempo todo. Uma via perfeita para nos comunicar com Deus.

Mas neste momento em que a Deusa está retornando... como fica a situação? Como se harmoniza a Cabala com a Deusa?

Bem, se assumimos que a Cabala é produto de uma tradição mística judaica e patriarcal, poderíamos dizer que elas não têm nada a ver. Coloque a Cabala de um lado e a Deusa do outro. E acabou. Mas já estudei a Cabala por muito tempo como para pensar isso. E sou sacerdote da Deusa há muito tempo também. Esse tipo de separação não é típico de nenhuma das duas. A Deusa tudo abraça. E a Cabala é a descrição da formação do Universo: Como poderia não estar presente a Deusa nela?


Bem, quando estudamos o Zohar, achamos quase que imediatamente a poderosa presença da Shekinah, a Companheira Sagrada de Deus. Também existem permanentes referências à Mãe Celeste e a Mãe Terrestre. O Zohar é imenso e dentro dele poderíamos achar a justificativa para a presença da Deusa. Mas eu prefiro usar um caminho mais direto e mais fácil de demonstrar. Aliás, como sou da área de Exatas, prefiro justificativas de estilo objetivo. As justificativas místicas podem ser válidas para muitas pessoas, mas eu sinto certa falta de segurança usando só elas... Então, vamos lá.

Como podemos saber que a Cabala contém a Deusa? A resposta para isso está no Sepher Yetzirah, o Livro da Criação, considerado por alguns o texto mais antigo da Cabala (embora as versões que temos pareçam ser do ano 1.000, a tradição diz que o Sepher Yetzirah foi entregue a Abraão, quase cinco mil anos atrás). Então usaremos o Sepher Yetzirah. E algo mais: O trabalho pioneiro do cientista Gregg Braden, descrito no livro “O Código de Deus”, no qual ele associa três elementos da Natureza: Hidrogênio, Nitrogênio e Oxigênio, às letras Iod, Heh e Vav do Nome de Deus, provando que temos esse nome escrito no nosso ADN.

A demonstração é um pouco longa e para entendê-la completamente precisamos saber bastante de Cabala e principalmente do Livro da Criação. Mas vou simplificar aqui. Quem tiver vontade de aprofundar, pode estudar o Sepher Yetzirah e o livro de Gregg Braden. Vamos começar?

O Nome Sagrado de Deus é conhecido por todos: YHVH. Em hebraico, h w h y.  Mas ao ler o Sepher Yetzirah com atenção descobrimos que essas três Letras, Iod ( y ), Heh (h) e Vav ( w ), foram “fixadas no seu grande nome” e realmente elas “representam” o nome de Deus aqui fora, no Universo Manifesto. Mas o Universo não se originou aqui, ele se originou com as Quatro Sephirot Originais: Primeiro, Último, Bem e Mal. E a elas, a partir da Sephira Último, são anexadas as Três Letras Mãe: Aleph, Mem e Shin. Aleph representa o Ar, Mem a Água e Shin o Fogo. Destas Sephirot e das Três Letras Mãe emanam as seguintes Sephirot que formam o Universo Manifesto (onde nós estamos agora) e as outras Letras hebraicas.  Entre elas Iod, Heh e Vav.

Vamos nos concentrar então nas Três Letras Mãe (ninguém sabe o porquê desse nome): Aleph, Mem e Shin. Sabemos, a partir do Sepher Yetzirah, que elas representam o Nome de Deus no Universo Original. E que outras três Letras Simples foram escolhidas para pronunciar esse Nome no Universo material. Assim, em teoria, existe um Nome de Deus que não conhecemos, e que está escrito com as letras Aleph, Mem e Shin. Mas qual é esse nome? Para saber isso precisamos saber qual é a correspondência entre Iod, Heh e Vav e Aleph, Mem e Shin. Aqui está o problema: até agora ninguém conhecia essa correspondência. Podemos até tentar fazer permutações das Letras, mas isso é algo sem base sólida. Como antigo estudante de Física e Astronomia, não gosto disso...

Fiquei nesse impasse durante algum tempo! Até que um dia voltei ao Código de Deus, de Gregg Braden. E, no Capítulo 5 do livro temos as associações das Letras Iod, Heh e Vav com os elementos, que são:

Iod: Hidrogênio
Heh: Nitrogênio
Vav: Oxigênio

E depois disso temos a demonstração de qual Elemento elas representam. Hidrogênio está associado a Fogo, claro. Mas contrariamente ao que esperaríamos, Nitrogênio está associado ao Ar e Oxigênio à Água. A demonstração disso está no livro e foge ao escopo deste texto. Deste modo, podemos construir uma segunda tabela:

Elemento Químico
Elemento místico
Letra Simples

Hidrogênio
Fogo
Iod

Nitrogênio
Ar
Heh

Oxigênio
Água
Vav


Bem, agora, usando o Sepher Yetzirah novamente, vemos que Ar está relacionado a Aleph, Água a Mem e Fogo a Shin. Então, juntando tudo isto:

Elemento Químico
Letra Simples
Elemento místico
Letra Mãe
Hidrogênio
Iod
Fogo
Shin
Nitrogênio
Heh
Ar
Aleph
Oxigênio
Vav
Água
Mem

E assim temos, finalmente, a correspondências entre as Três Letras Mãe e as Letras Simples que formam o Nome de Deus no Universo Manifesto:

Letra Simples
Letra Mãe
Iod
Shin
Heh
Aleph
Vav
Mem

Bem, vamos ao último passo? Vamos escrever o Nome de Deus com as Letras Mãe.
O Nome Iod, Heh, Vav, Heh se transforma agora, usando as Letras Mãe, em Shin, Aleph, Mem, Aleph. Vamos ver isto em uma tabela?




Nome tradicional
H w h y
YHVH
Nome escrito com as Letras Mãe
a m a v
SHAMA




E agora vem a parte maravilhosa de tudo isto. O Nome de Quatro Letras, o Nome Sagrado de Deus é, obviamente, o Nome Dele. YHVH é YHVH. E isso está muito bem. Mas o Nome de Quatro Letras, ao ser escrito com as Letras Mãe, nos dá SHAMA, que em hebraico significa... MÃE!

O Nome Original de Deus significa... MÃE. Ou, segundo a palavra escolhida na tradução, MAMÃE. Use a que você preferir.

Quem criou o Universo?

SHAMA

A MÃE.

Foi colocado na cara de todos nós, no próprio Sepher Yetzirah. Está ai há cinco mil anos. A Mãe criou o Universo e tudo e todos nele. As Letras que usamos para escrever o Nome Dela são chamadas Letras Mãe... agora entendemos o porquê do nome delas... Para mim, como estudante de Cabala e como Sacerdote da Senhora da Noite, é suficiente prova como para seguir enfrente com o nosso trabalho.

E onde fica Deus em tudo isto? Exatamente onde estava antes. No lugar de sempre. A Deusa não precisa expulsar ninguém para estar presente. Como poderia expulsar o próprio Companheiro dela? Negar alguém ou algo para se justificar, por querer reinar sozinho, só tem lugar na cabeça enlouquecida do patriarcado. Na Era em que estamos entrando agora a ideia é unir os diversos, juntar os opostos e, principalmente, juntar o Feminino Sagrado com o Masculino Sagrado. Ou seja, a Deusa e o Deus. Como sempre foi. A Cabala continua igual que antes, só ganhou a Presença Dela no próprio Coração da Criação...

Isto tudo, é claro, é uma demonstração racional. No fundo, para trilhar o Caminho da Cabala ou o Caminho da Deusa, o coração tem que vibrar para além da parte racional. A Deusa não nos chama através da mente, mas através do Amor. E a Cabala, quando bem entendida, também.

Quer compartilhar este Caminho conosco? Seja bem-vind@. A Deusa acolhe a todos com Alegria, porque... que Mãe rejeita um filho? Que Mãe deixa de amar um filho?

E assim, com o Caminho iluminado pelo Amor Dela, começamos a nossa viagem...

Aguardo vocês no próximo post.


Um super abraço a Tod@s!


Imagem 1: Árvore da Vida Perfeita segundo o Sepher Yetzirah
Imagem 2: A Deusa